|Coluna Galeano| #03 - "A impunidade do$ dono$ do mundo" - Parte II
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Ilustração: representação do Acordo Norte-Americano de Livre-Comércio (Nafta) |
Seja feita a vontade dos países ricos, embora os países ricos sejam ricos precisamente porque predicam a liberdade econômica mas não a praticam. Nossa boa conduta se mede pela pontualidade nos pagamentos e pela capacidade de obediência. Os credores batem na mesa e nossos governos civis baixam a cabeça e juram que vão privatizar tudo.
Os 'numerozinhos' provam que na América Latina a liberdade do dinheiro favorece a evasão, não o investimento, e que assim a especulação ri da produção e a economia se transforma em uma roleta; mas as trombetas anunciam que o capital privado como se fosse um resgate feito pelo Quinto Batalhão de Cavalaria.
Nossos governos querem privatizar tudo, sim, e começam por colocar a bandeira de liquidação nos setores chave da soberania nacional: as comunicações, a energia, o transporte. Privatizar tudo, e se for possível também os hospitais, escolas e cemitérios e cárceres e zoológicos. Tudo, menos as Forças Armadas, que por acaso são as que levam parte do leão dos salários e gastos de cada orçamento público.
A impunidade do dinheiro, que em nossas terras mata de fome ou bala, que exige que o Estado benfeitor abra caminho para o Estado juiz e policial: juiz vulnerável ao suborno e à ameaça, implacável vigilante dos pobres.
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