Na íntegra: "A
incorrigível lógica do capital e seu impacto sobre a educação" por István
Mészáros
István Mészáros foi um filósofo húngaro e está entre os mais importantes intelectuais marxistas da atualidade |
“Aprender, desde que seja útil”. É por isso, que
existe a necessidade de romper com a lógica do capital, se quisermos contemplar
a criação de uma alternativa educacional significativa e diferente.
Para simplificar e explicar essa “tal fórmula
global”, convido a vocês leitores a refletir, partindo da seguinte
analogia:
“Imaginemos que o sistema cria uma
ordem geral (pré-estabelecida) e nós estamos sob influência da mesma,
e as consequências não são positivas, é como se essa ordem e leis
gerais, fossem uma espécie de ‘máquina de criar conformidade’, e
sua função é homogeneizar e estabilizar a sociedade, a estrutura social,
econômica, política e as formas que lhe apresentam como oposição devem ser
imediatamente eliminadas.
A ordem segue exercendo a ordem
como ‘status da conformidade’ e desta forma, a força
hegemônica prossegue exercendo o seu domínio. P. 25.
Poucos
negariam hoje que os processos educacionais e os processos sociais mais
abrangentes de reprodução estão intimamente ligados. Consequentemente, uma
reformulação significativa da educação é inconcebível sem a correspondente
transformação do quadro social no qual as práticas educacionais da sociedade
devem cumprir as suas práticas educacionais da sociedade devem cumprir as suas
práticas vitais e historicamente importantes funções de mudança.
Mas,
sem um acordo sobre esse simples fato, os caminhos dividem-se nitidamente. Pois
caso não se valorize um determinado modo de reprodução da sociedade como o
necessário quadro de intercâmbio social, serão admitidos, necessário quadro de
intercâmbio social, serão admitidos, em nome da reforma, apenas alguns ajustes
menores em todos os âmbitos, incluindo o da educação. As mudanças sob tais
limitações, apriorísticas e prejulgadas, são admitidas apenas como o único e
legítimo objetivo de corrigir algum detalhe defeituoso da ordem estabelecida,
de forma que sejam mantidas intactas as determinações estruturais fundamentais
da sociedade como um todo, em conformidade com as exigências inalteráveis da lógica global de um determinado sistema
de reprodução. Podem-se ajustar as formas pelas quais uma multiplicidade de
interesses particulares e conflitantes se devem conformar com a regra geral preestabelecida da
reprodução da sociedade, mas de forma nenhuma pode-se alterar a própria regra
geral.
“O capital é
irreformável porque pela sua própria natureza, como totalidade reguladora
sistêmica, é totalmente incorrigível”
“Sua posições críticas poderiam, no limite, apenas desejar utilizar reformar educacionais que propusessem para remediar os piores efeitos da ordem reprodutiva capitalistas estabelecida, sem, contudo, eliminar os seus fundamentos antagônicos e profundamente enraizados.
A
razão dos fracassos dos esforços interiores, e que se destinavam a instituir
grandes mudanças na sociedade por meio de reformas educacionais lúcidas,
reconciliadas com o ponto de vista do capital, consistia – e ainda consiste – no
fato de as determinações fundamentais do sistema do capital serem irreformáveis.
O
autor logo descartas atitudes reformistas, para que haja o rompimento da
educação vinculada a lógica do capital. Se quisermos contemplar-nos um dia, com
uma educação pensada e executada fora desta ordem global, é preciso romper com
este sistema, não há lugar para reformas.
Há
alguma fórmula para exercer tal rompimento?
O
autor afirma que a mudança deve ser radical, segundo o mesmo “ o sentido da
mudança educacional radical não se pode ser senão o rasgar da cmisa de força da
lógica do capital, com todos os meios disponíveis, bem como todos os meios
ainda a ser inventados, e que tenham o mesmo espírito. Apenas as mais consciente das ações coletivas poderá livrá-los dessa
grave paralisante situação.
Necessitamos,
então, urgentemente, de uma atividade de “contrainternalização”.
A 'contrainternacionalização' seria uma “nova forma” de ensino, um educação
emancipadora, rompendo com o que já estamos vivenciando no ensino.
EDIÇÃO E SÍNTESE: FERNANDA E. MATTOS, AUTORA E COLUNISTA. PÓS GRADUADA EM GEOGRAFIA, PELA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA. REFERÊNCIAS: MÉSZÁROS ISTVÁN. A EDUCAÇÃO PARA ALÉM DO CAPITAL. 2ªED. EDITORA BOITEMPO, 2008. P.25-42.
Esta publicação e até mesmo a edição da mesma. Sem fins lucrativos e cite a fonte. Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.
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