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A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO POR F. W. TAYLOR E A ESTRATÉGIA DE DOMINAÇÃO BURGUESA

O Taylorismo a estratégia de dominação burguesa: "Para a nossa sociedade que transformou o tempo em mercadoria, até o próprio lazer tornou-se um problema" 

Este texto tem como intuito, promover uma reflexão a respeito Taylorismo para além de um "mero modelo/modo de produção".

Iniciemos a reflexão com a seguinte frase de F. W. Taylor:
"Vadiar, isto é, trabalho lentamente, de maneira deliberada, é uma forma universal de agir nos estabelecimentos industriais. Essa vadiagem, constitui o mal mais agudo que atinge os operários da Inglaterra e da América".¹


A expressão ''Homem Boi": Não, não se trata de nenhum novo super herói, nem de nenhuma vítima da infidelidade conjugal. A expressão "homem boi" foi cunhada pelo Engenheiro Frederick W. Taylor, considerado o pai da administração científica, para designar o perfil de trabalhador ideal ao sistema de produção capitalista. Este, era para Taylor, e continua representando para a grande superestrutura capitalista, peça chave do modo de produção capitalista, que executará uma tarefa repetitiva sem questionamentos e, de preferência, sem outro pensamento que não seja o parafuso que ele apertará durante toda sua vida, sempre no menor tempo possível, é claro. Executar sem pensar é sua especialidade, afinal, foi treinado para isso. A escola habilitou-o a apertar parafusos, não a questionar. É sem dúvida um sujeito dócil, pacífico e passivo. E pior, ele é apenas um tijolo nesse, imenso e sempre em ampliação, muro de alienação.

“O sistema Taylor”, apresenta-se neste contexto como uma estratégia adequada a dominação do trabalhador. Taylor aperfeiçoou a divisão social do trabalho na fábrica, segurando controle do tempo do trabalhador.

Ao organizar o processo de trabalho, dividir o trabalho de concepção e de execução, estruturar as relações do trabalho, distribuir individualizadamente a força de trabalho no interior do espaço fabril, a classe dominante faz valer seu controle e poder sobre os trabalhadores para sujeitá-los de maneira mais eficaz e menos custosa à sua exploração econômica.

O sistema Taylor apresenta-se neste contexto, como uma estratégia adequada à dominação burguesa que visa constituir o trabalhador dócil politicamente e rentável economicamente. Seu objetivo é fazer com que o trabalhador economize tempo, cumprindo à risca os regulamentos internos e as instruções burocráticas, que constituem a própria identidade do trabalhador: "o soldado do trabalho", militante ao nível de produção. 


A organização do trabalho por Taylor, supõe a ideia de uma racionalidade inerente ao processo de produção, como se esse fosse dotado de leis naturais a que os homens devessem subordinar-se e obedecer. Eis uma construção para além da produção e sim ideológica para legitimar este modo do produção. 


Desse modo o discurso taylorista constrói a imagem de neutralidade e de eficácia de acordo com a representação burguesa da técnica como matéria que contém leis próprias, como também a materialização de uma ideia produzida, uma espécie de neutralização da luta de classes. 

Ao individualizar o operário no interior da fábrica, o sistema Taylor pretende quebrar toda forma de articulação e todo laço de solidariedade entre os explorados.


Esta operação ideológica permite mascarar o conteúdo político da técnica de uma maneira muito hábil, ou seja, dissociando  a questão da técnica da política de tal modo que ambas aparecem como elementos independentes. 

Logo abaixo, apresento um exemplo que serve para representar de primeiro momento, a ideia do que é o modo de produção taylorista.


"O pé de cade pedreiro deve ocupar uma posição determinada em relação à parede, ao balde de argamassa e à pilha de tijolos. A altura do balde e da pilha de tijolos deve ser aquela que possibilite um maior conforto ao pedreiro e minimize o número de movimentos necessários para se assentar cada tijolo. Todos eles (materiais, o pedreiro, ficarão em cima de um andaime que é ajustado por operário especificamente treinado, alocado para ir subindo o andaime conforme a parede for-se alevando".
Um outro operário especificamente treinado deve ir preparando baldes de argamassa e substituir os baldes vazios de cada pedreiro, de modo que eles não precisem descer do andaime [...]"






Texto publicado anteriormente no Blog Um quê de Marx.Texto síntese e Org. atividade e figuras: Fernanda E. Mattos, autora e colunista do Blog Um quê de Crítica na Geografia. Postagem baseada na obra: RAGO, L.M.; MOREIRA, E.F.P. O que é Taylorismo. Editora: Brasiliense; MAGNOLI, Demétrio. Globalização: Estado nacional e Espaço mundial. Editora: Moderna. 
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