A imagem acima , que foi publicada no número 2 da revista francesa Hérodote - Revue de géographie et de géopolitique, mostra uma sala de aula com uma série de alunos, que na realidade são pensadores famosos (Marx, Stálin, Lénin, Mao, Proudhon, Gramsci, Kropotkin... e até mesmo H.Kissinger no canto, com um chapéu de burro, na época ministro norte-americano para as relações exteriores) e estão observando um quadro-negro, no qual está desenhado um mapa. Todos eles estão aprendendo geografia, ou seja, estão procurando rever as suas ideias a partir de uma perspectiva espacial.
Essas duas revistas -- a francesa Hérodote (existente desde 1976) foram importantes nesses movimentos de renovação, pois eram nos anos 70 órgãos aglutinadores de geógrafos contestadores, grupos relativamente pequenos na época. Ela foi assim pólo de irradiação de novas idéias geográficas, mas essa função hoje já se espalhou e diversificou. Essas revistas ainda existem, mas tão somente como uma pálida expressão cultural e social do que representaram no passado, pois por um lado esses movimentos em grande parte convergiram e se expandiram (ou foram reatualizados) para outros lugares -- nos quais surgiram bons trabalhos de pesquisas e novas (ou renovadas) publicações -- e, por outro lado, essa Geografia crítica ou radical, ou simplesmente Geocrítica como advoga a mencionada revista espanhola, tornou-se cada vez mais complexa e plural, não se restringindo mais a grupos específicos que se expressam através de algumas poucas revistas.
Org texto e ilustração: Fernanda E. Mattos, autora e colunista do blog Um quê de Crítica na Geografia. É permitido o compartilhamento desta publicação e até mesmo a edição da mesma. Sem fins lucrativos e cite a fonte. Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.
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